O assalto ao Capitólio nos EUA – Democracia continua em perigo na América

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Depois de negar as evidências – ou seja, que Joe Biden obteve uma vitória clara nas eleições para a presidência dos EUA e, por isso, é o presidente eleito – Donald Trump tudo tem feito para dificultar a transição democrática do poder numa das mais antigas democracias do mundo. O mundo já sabia que o 45º Presidente dos Estados Unidos era uma ameaça para a democracia americana e mundial. O mundo já sabia que o movimento populista e de extrema direita tinha recrudescido na América mas também na Europa. O mundo já sabia que a linha que separa a democracia da tirania nos EUA era muito ténue. Não era previsível mas também não foi, deveras, surpreendente a insurreição do movimento extremista liderado por Trump e a invasão do Capitólio sub-repticiamente por si autorizada, para obstruir as sessões democráticas do Congresso e do Senado que decorriam no Capitólio, para certificar a vitória de Biden nas eleições americanas. A invasão ocorreu após uma grande manifestação que contou com a presença de Trump em frente à Casa Branca. Pela primeira vez desde 1814, quando as tropas britânicas invadiram Washington, o Congresso dos EUA foi atacado.

Aguarda-se que a Casa Branca (e os EUA) não pegue fogo até ao dia 20 de Janeiro, a data agendada para a tomada de posse de Joe Biden, enquanto os democratas ainda acreditam na destituição, agora muito melhor fundamentada, de Trump.

O fenómeno Trump deve servir de lição para mundo e, em particular, para Portugal. Nos EUA a democracia, como se tem visto, está assente em bases relativamente frágeis, mesmo que as mais importantes instituições, nomeadamente os tribunais, se tenham afirmado como um importante pilar de contenção do avanço do poder autocrático de Trump e os seus correligionários. Por cá, aparentemente, avança a todo o vapor o movimento “Chega” e André Ventura, recorrendo ao mesmo expediente de Trump: populismo, demagogia, manipulação das redes sociais, mobilização de organizações e movimentos extremistas democraticamente camuflados, racismo, xenofobia, agressividade e mentiras difundidas mediaticamente. A Sociedade Civil e as instituições democráticas portuguesas têm que redobrar a atenção e a ação civil democrática para evitar que a democracia em Portugal fique em perigo, como na América.

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